domingo, 13 de junho de 2010

" SYLVINHA TELLES "


Sylvia Telles(Rio de Janeiro, 27 de agosto de 1934 —
Maricá, 17 de dezembro de 1966), também conhecida como Sylvinha Telles,
foi uma cantora brasileira e uma das intérpretes dos primórdios da bossa nova.
A maioria de seus discos estão fora de catálogo, o que dificulta o seu conhecimento pelas gerações recentes. Porém, ocasionalmente é lançada uma compilação com algumas de suas inúmeras gravações.
Segundo matéria publicada em O Globo e assinada por João Máximo: "Sylvinha foi uma das melhores intérpretes da moderna música brasileira, entendendo-se como tal a que vai de Ponto final - com Dick Farney e Amargura, com Lúcio Alves, até as canções que Tom e Vinicius fizeram depois de Orfeu da Conceição".
Sylvia era filha de Maria Amélia D'Atri, natural da França, e do carioca Paulo Telles, um amante da música clássica. Seu irmão mais velho, Mário Telles,
também foi músico.
Ela estudou no Colégio Sagrado Coração de Maria e sonhava em se tornar bailarina, mas, ao realizar um curso de teatro, descobriu que seu talento era realmente cantar.

Em 1954, Billy Blanco, amigo da família, notou o dom de Sylvinha e apresentou-a a amigos músicos. Nas reuniões que eles faziam, pôde conhecer os grandes nomes do rádio da época, tais como Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, que a ajudou a encontrar trabalho em boates para o início de sua carreira profissional.
Nessa época, conheceu seu primeiro namorado, o cantor e violonista João Gilberto, amigo de Mário; o relacionamento acabou porque a família Telles não gostava do jovem, que vivia de favor na casa dos outros.
No ano seguinte, Garoto escreveu-lhe um musical, chamado Gente de bem e champanhota, executado no Teatro Follies de Copacabana. Na ocasião, o músico e advogado José Cândido de Mello, o Candinho, acompanhou Sylvinha na canção Amendoim torradinho, por Henrique Beltrão. Eles se apaixonaram à primeira vista. Pouco tempo depois, morreu Garoto, sem poder ver o lançamento do primeiro disco de Telles.
Sylvinha e Candinho casaram-se e tiveram uma filha, Cláudia Telles.
Em 1956, ela e seu marido apresentaram pela TV Rio o programa Música e romance, recebendo como convidados Tom Jobim, Dolores Duran, Johnny Alf e Billy Blanco. Contudo, o casal logo se separou.
Em 1958, o local de encontro dos músicos passou a ser o apartamento de Nara Leão, então com quinze anos de idade. Ronaldo Bôscoli, que frequentava as reuniões, atuava como produtor musical do grupo. Sylvia Telles, que já era um nome conhecido, foi então chamada para participar de um espetáculo no Grupo Universitário Hebraico, juntamente com Carlos Lyra, Roberto Menescal, entre outros. Foi neste show,
"Carlos Lyra, Sylvia Telles e os seus Bossa nova", que a expressão "bossa nova" foi divulgada pela primeira vez.
Sylvinha Telles chegou a fazer turnês em outros países, como Estados Unidos, Suíça, França e Alemanha.
Em 1963, já divorciada de Candinho, Sylvia casou-se com o produtor musical Aloysio de Oliveira, separando-se no ano seguinte por causa de ciúme.
Aloysio casou-se com Cyva, do Quarteto em Cy, posteriormente.

Aos trinta e dois anos de idade, Sylvia Telles morreu em um acidente de automóvel na rodovia Amaral Peixoto, no município de Maricá, em companhia de seu namorado Horacinho de Carvalho, filho da socialite Lily de Carvalho Marinho.
Eles se dirigiam à fazenda de Horacinho no município, mas Horacinho dormiu ao volante, algo que acontecera à própria Sylvia dois anos antes,
enquanto voltava de um show.

Apresentações

1955 - "Gente de bem e champanhota" - teatro Follies, Rio de Janeiro
1959 - I Festival de Samba Session - Faculdade Nacional de Arquitetura, Praia Vermelha - Rio de Janeio
1964 - "O remédio é bossa" - com a presença de Tom Jobim, Os Cariocas, Alaíde Costa, Carlos Lyra e outros. Realizado no Teatro Paramount, de São Paulo
1966 - "Sylvia Telles e Edu Lobo" - se apresentaram na República Federal da Alemanha.

Discografia

1955 - Amendoim torradinho (Henrique Beltrão)/Desejo (Garoto/José Vasconcelos/Luiz Cláudio) - 78rpm - gravadora Odeon
1955 - Menina (Carlos Lyra)/Foi a noite (Tom Jobim/Newton Mendonça - 78rpm - gravadora Odeon
1957 - Carícia - incluindo a canção "Chove lá fora" Tito Madi - Lp/Cd - gravadora Odeon
1959 - Silvia - incluindo a música "Estrada do sol" (Tom Jobim/Dolores Duran) - Lp/Cd - gravadora Odeon
1959 - Amor de gente moça - incluindo as canções "Só em teus braços" (Tom Jobim) e "A felicidade" (Tom Jobim/Vinicius de Moraes) - Lp/Cd - gravadora Odeon. Consagrou-a como cantora profissional
1960 - Amor em Hi-Fi - Lp/Cd - gravadora Philips
1961 - Sylvia Telles USA - Lp/Cd - gravadora Philips
1962 - Bossa nova mesmo - Carlos Lyra, Laís, Lúcio Alves, Vinicius de Moraes e o conjunto Oscar Castro Neves - Lp - gravadora Philips
1963 - Bossa, balanço, balada - Lp/Cd - gravadora Elenco
1964 - Bossa session - Lúcio Alves e Roberto Menescal e o seu conjunto - Lp/Cd - gravadora Elenco
1964 - It might as well be spring - Lp/Cd - gravadora Elenco)
1964 - The face I love - Lp/Cd - gravadora Knapp (atual Universal Records) (versão americana do LP "It might as well be spring")
1965 - The music of Mr. Jobim by Sylvia Telles - Lp/Cd - gravadora Elenco.
1965 - Sylvia Telles sings the wonderful songs of Antonio Carlos Jobim - Lp/Cd - gravadora Knapp (atual Universal Records) (versão americana do LP "The music of Mr. Jobim by Sylvia Telles")
1966 - Reencontro - Edu Lobo, Tamba Trio e o Quinteto Villa-Lobos - LP/Cd - gravadora Elenco
1966 - Folklore e Bossa Nova do Brasil - com Edu Lobo, Rosinha de Valença e outros - LP/Cd - Gravadora Saba (Alemanha)
[editar] Tributo
1997 - Por causa de você - dedicado à Sylvinha Telles - Cd.

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